Análise do Especialista: Perspectivas e Desafios no Cenário de Gestão de Riscos, por Aníbal Codina

O G-Risc 2023, 13º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, foi palco de valiosas reflexões, especialmente com as participações notáveis de representantes das áreas de regulação e supervisão do Banco Central do Brasil (BACEN), e do ex-Secretário Geral do Comitê de Basileia, William Coen.

William Coen enfatizou que a implementação total de Basileia 3 nos Estados Unidos resultará em um significativo aumento nos requisitos totais de capital. Sua estimativa aponta para a conclusão dessa implementação apenas no início de 2026. Isso destaca a magnitude das mudanças que estão por vir no panorama regulatório global.

 

FRTB no Brasil: Expectativas e Cronograma

 

Ricardo Franco Moura, do DEREG-BACEN, ao discutir a Fundamental Review of the Trading Book (FRTB), indicou que a Consulta Pública da Fase 3 pode, em princípio, ser esperada para o final do primeiro semestre de 2024. Prevê-se um período adicional de 60/90 dias para análise, seguido de mais 60/90 dias para aprimoramento e mais 9/12 meses até a publicação/entrada em vigor. O cronograma proposto aponta para a possível publicação da norma no início de 2025 e sua entrada em vigor no início de 2026, alinhando o Brasil com as datas propostas pelo Comitê de Basileia, e sincronizando-o com as principais economias mundiais.

 

Desafios e Oportunidades na Supervisão: 

 

Luiz Eduardo Miranda, do DEGEF-BACEN, apontou “espaços para melhorias” na Supervisão, destacando-se dois pontos: o primeiro refere-se às modelagens de indexação a percentual do CDI, evidenciando a diversidade de práticas existentes; o segundo destaca a modelagem do impacto dos movimentos das taxas de juros na aceleração ou desaceleração do ritmo de pré-pagamentos, via exercício de opcionalidades comportamentais presentes em diversas carteiras.

 

O desafio notável reside na gestão desses impactos, considerando as peculiaridades do mercado brasileiro. Enquanto algumas carteiras mostram-se praticamente insensíveis às taxas de juros, outras, como as de crédito consignado, revelam uma sensibilidade notável, impulsionada não apenas pela iniciativa do cliente, mas também pela competitividade do mercado (“rouba montes”).

 

Este último ponto apresenta um desafio intrigante e ao mesmo tempo estimulante, à medida que os profissionais da área buscam aprimorar as práticas de gestão de riscos em um cenário financeiro dinâmico e complexo.

 

O G-Risc 2023, por meio das análises e previsões dos especialistas, evidencia não apenas os desafios iminentes, mas também as oportunidades para aprimorar as estratégias de gestão de riscos no Brasil, alinhando-as às melhores práticas globais.

 

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