Real Digital: Banco Central dá início à segunda fase do Piloto Drex

O Banco Central do Brasil (BC) anunciou a lista de treze temas selecionados para a segunda fase do Piloto Drex, a versão digital do real. Essa etapa é fruto de uma rigorosa avaliação feita pelo Comitê Executivo de Gestão (CEG) do Drex, que escolheu os tópicos a partir de 42 propostas enviadas por diversos atores do setor financeiro.

 

O objetivo do Piloto Drex é expandir a inovação no sistema financeiro brasileiro, explorando as potencialidades da Distributed Ledger Technology (DLT), mais conhecida como Tecnologia de Registro Distribuído. Esta tecnologia promete transformar as transações financeiras, desde operações de crédito até o comércio internacional, tornando-as mais eficientes, transparentes e acessíveis.

 

Principais Temas e Desenvolvimentos

 

Entre os temas escolhidos, destacam-se soluções inovadoras voltadas para o financiamento de pequenas e grandes empresas, otimização de câmbio, e transações de ativos como imóveis, automóveis e produtos do agronegócio. Veja alguns dos principais casos de uso:

 

  • Cessão de Recebíveis (ABC e Inter): Utilizando DLT, essa solução facilita a movimentação de valores a receber por empresas, principalmente em operações com cartões de crédito, aumentando a flexibilidade e reduzindo custos para pequenas empresas.

 

  • Crédito colateralizado em CDB (BB, Bradesco e Itaú): Ao usar Certificados de Depósito Bancário (CDBs) como garantia, empresas podem obter empréstimos com menores taxas, preservando a rentabilidade de seus investimentos.

 

  • Financiamento de Operações de Comércio Internacional (Inter): Este caso visa facilitar o comércio internacional, tokenizando documentos de embarque e permitindo pagamentos fracionados em commodities, como produtos agrícolas.

 

  • Transações com ativos do agronegócio (TecBan, MB e XP-Visa): Focado no financiamento sustentável, este projeto visa melhorar a negociação e precificação de ativos do setor, com garantias mais robustas para projetos sustentáveis.

 

Interoperabilidade e Inovação no Comércio Global

 

Um dos grandes avanços desta segunda fase é a interoperabilidade entre o Drex e 

plataformas de moedas digitais emitidas por outros Bancos Centrais (CBDC). Isso pode transformar o comércio internacional brasileiro, reduzindo custos e simplificando processos. Um exemplo é o caso de uso focado no Trade Finance, onde commodities podem ser transacionadas de forma ágil e segura.

 

Usabilidade e Contratos Inteligentes

 

Outro ponto de destaque nesta fase é a implementação de serviços financeiros por meio de contratos inteligentes, que serão geridos por terceiros. Isso abre caminho para maior automação e segurança nas transações financeiras, além de simplificar processos complexos como a negociação de Cédulas de Crédito Bancário (CCB) e debêntures, ambos ativos amplamente negociados no mercado.

 

O coordenador do projeto, Fábio Araújo, reforça a importância da privacidade e da colaboração entre os reguladores: “Vamos avaliar os diferentes casos de uso, sempre levando em conta os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor.”

 

O Piloto Drex conta com a participação de dezesseis consórcios e empresas de renome, como BB, Bradesco, Inter, Nubank e Santander, todos empenhados no desenvolvimento de soluções que irão transformar o cenário financeiro nacional. A expectativa é que, até o final do primeiro semestre de 2025, mais propostas sejam incorporadas, expandindo ainda mais o uso de contratos inteligentes.

 

Para mais detalhes sobre o Piloto Drex e as inovações do real digital, acesse o link oficial do Banco Central.